"Movimentar o Qi e o sangue… que maravilha!" Chen Shi ficou animado, concentrou a mente na palma da mão e viu sua mão direita inflar como um balão, cheia de força.
Ele pegou a pedra que havia quebrado antes, apertou com força — crack! — a pedra se despedaçou facilmente, reduzindo-se a pó após algumas fricções.
Pegou outra pedra e a esmagou contra a mão — mesmo assim, não sentiu dor alguma!
"Enquanto o Qi e o sangue fluírem para uma parte do corpo, ela pode se tornar maior, mais forte, e sem dor!"
Pensando nisso, Chen Shi começou a mover o fluxo de Qi e sangue por todo o corpo, testando os efeitos em diferentes partes.
Descobriu que, ao concentrá-los nas articulações e tendões do braço, o membro podia se estender quatro ou cinco polegadas em um instante!
Quando moveu o Qi e o sangue para a espinha, fortalecendo músculos e ossos, ouviu sons de estalos dentro do corpo — e cresceu meio pé de altura num piscar de olhos!
Sentindo vontade de urinar, teve uma ideia repentina: moveu o Qi e o sangue para lá. O "órgão" inchou rapidamente, e Chen Shi, empolgado, exclamou:
"Agora posso mijar mais longe! Ninguém na aldeia vai mijar mais longe do que eu!"
Depois, canalizou o Qi para o pescoço, que ficou muito mais grosso.
"Da próxima vez que alguém tentar me estrangular, vai ter trabalho!"
Animado, fez o Qi e o sangue subirem até a cabeça — e, de repente, tudo escureceu. Caiu duro no chão, inconsciente.
Ninguém sabe quanto tempo passou. Quando Chen Shi recobrou a consciência, seus olhos estavam arregalados e sua mente, completamente em branco.
Depois de um bom tempo, piscou os olhos e lembrou do que havia feito antes.
Nunca mais ousaria mover o Qi e o sangue para a cabeça.
A cabeça é o centro dos seis yang; mover o Qi para lá é extremamente perigoso — um deslize poderia causar desmaios, alucinações, até hemorragia cerebral.
Como cultivava sozinho e com uma técnica incompleta, era natural encontrar perigos assim.
"Sem a versão completa da Técnica da Energia Pura dos Três Brilhos, não dá. Não conheço as restrições da prática, e um erro pode me levar à possessão demoníaca. Mas, com minha força atual, ainda não consigo ler toda a inscrição diante do Túmulo do Verdadeiro Rei."
Quando estava prestes a continuar treinando, percebeu o céu lá fora tingir-se de vermelho-escuro. Chamas celestiais se espalhavam por milhões de quilômetros, formando um pôr do sol magnífico.
O coração de Chen Shi se apertou. Aquilo significava que o Verdadeiro Deus lá fora estava fechando os olhos — e as chamas sob suas pálpebras se derramavam, incendiando o céu a oitenta li acima da terra. Um presságio terrível.
Esse fenômeno significava que a noite estava chegando.
E quando a noite caía, as criaturas malignas vagueavam pelas montanhas!
"Devo ter ficado inconsciente por muito tempo. Preciso voltar para casa logo."
Levantou-se e saiu do templo. O céu ficava cada vez mais vermelho, e as chamas celestes estavam prestes a se apagar.
Com suas pernas atuais, ele jamais alcançaria a aldeia antes do anoitecer — talvez nem chegasse ao sopé da montanha.
"Melhor opção: passar a noite aqui no templo."
Hesitou por um momento e decidiu: "Se eu ficar, talvez sobreviva. Se descer, certamente morrerei."
Sabia muito bem quão perigosas eram as montanhas sob o luar.
Trancou portas e janelas, empilhou pedras grandes para reforçar a entrada. Trazia consigo uma caixa de livros — dentro dela, alguns talismãs de pêssego.
Seu avô, sabendo que ele vinha a esse templo arruinado para cultivar, insistiu que trouxesse os talismãs.
Chen Shi os pendurou nas janelas e no teto, cobrindo até as rachaduras. O templo era velho, cheio de buracos, o vento passava por todos os lados.
Desceu do telhado, acendeu uma fogueira, aqueceu um pouco de comida seca e comeu depressa.
Mas logo trovejou — e começou a chover. A água caiu grossa e pesada, apagando a fogueira.
Ele se moveu para evitar a chuva, mas esta só piorava. Logo o templo inteiro estava alagado, restando poucos lugares secos.
Dormir? Impossível.
"Quando o tempo melhorar, vou contratar um pedreiro para consertar este templo. Assim posso treinar aqui com mais conforto."
O luar foi encoberto pelas nuvens. Lá fora estava completamente escuro.
Sem lua, os espíritos malignos não sairiam — o que era um alívio.
Já que não podia dormir, decidiu continuar cultivando.
Ativou a Técnica da Energia Pura dos Três Brilhos — luz estelar, solar e lunar se reuniram, pequenos pontos brilhantes flutuando ao redor, unindo-se até formar sete estrelas dispostas como a constelação da Ursa Maior, temperando seu corpo.
Não se sabe quanto tempo passou, mas o templo começou a brilhar. Chen Shi olhou ao redor, procurando a fonte da luz — e ficou paralisado.
Em plena noite, com chuva torrencial e relâmpagos, um raio de luz solar atravessava o teto e iluminava o interior!
Ele esfregou os olhos — sim, era realmente luz do sol!
Olhando para fora, via apenas escuridão — chuva pesada, trovões, vento uivante, não se enxergava nem um palmo à frente.
Mas dentro do templo, o sol brilhava como se fosse dia!
A água da chuva caía através da luz dourada, cintilando no chão.
"Que diabos é isso?"
Para ele, fantasmas e deuses eram comuns — mas isso era diferente.
"O interior e o exterior… são tempos e espaços diferentes!"
Seu coração disparou. Ele já suspeitava disso antes — e agora essa luz confirmava.
Seguindo o feixe, viu um céu azul e límpido do outro lado.
Não era o mesmo céu do Continente Xiniuzhou!
E lá estava também… um outro sol.
Dourado, pequeno, como um disco reluzente.
Mas a energia que emanava dele — podia ser usada para cultivar!
Com essa luz, sua técnica fluía com muito mais facilidade. A purificação da Ursa Maior se acelerou — ele podia sentir: a eficiência aumentara em quase 40%!
"Incrível… Então este é o verdadeiro sol? E a lua que minha técnica atrai — também vem daquele espaço? Será que aquele é o verdadeiro sol e a verdadeira lua?"
Pensou consigo mesmo. Talvez os "sol e lua" citados na Técnica dos Três Brilhos fossem os de outro mundo.
Será que os antigos do Continente Xiniuzhou viam aquele sol e lua? Por isso criaram palavras como nascer e pôr do sol, lua cheia e minguante?
O que aconteceu depois para que o sol e a lua desaparecessem?
Como o Verdadeiro Deus tomou o lugar deles?
E por que aquele templo podia se conectar a esse outro espaço, deixando a luz atravessar?
Quem era o deus que era adorado ali?
Por que o templo emergiu do subsolo recentemente?
Teria relação com o estranho escurecimento precoce do céu há alguns dias?
"Se ao menos o vovô estivesse aqui… ele saberia… não, ele só mandaria eu dobrar a dose de remédios à noite!"
Chen Shi sacudiu a cabeça e voltou a cultivar, deixando as perguntas de lado — pensar nelas não traria respostas.
Aos poucos, entrou em um estado entre o sono e a vigília. Sua respiração se acalmou, o Qi dos Três Brilhos fluía ordenadamente, e as sete estrelas giravam em torno dele.
A chuva durou a noite inteira e só cessou pela manhã. Chen Shi, após uma noite de cultivo, não sentia cansaço algum — pelo contrário, estava revigorado, como se tivesse avançado o equivalente a dez dias de prática.
"Fiquei fora a noite inteira… o vovô deve estar preocupado!"
Desfez o selo da porta, saiu e encontrou o ar cheio de névoa e umidade.
"Au! Au!"
Um grande cão negro o esperava na entrada — era o Panela Preta.
Chen Shi correu até ele, rindo: "Panela Preta! Foi o vovô que te mandou me buscar? Aposto que ele está preocupado. Há quanto tempo você chegou?"
O cachorro abanou o rabo, feliz, circulando ao redor dele.
Juntos, começaram a descer a montanha. Mesmo com o solo escorregadio, Chen Shi sentia o corpo leve — caminhava com facilidade.
"Quando chegarmos, vou pedir dinheiro ao vovô. Quero contratar pedreiros para reformar o templo e treinar lá com frequência."
Ele riu e disse ao cachorro: "Tenho guardado muito dinheiro com ele. Você acha que ele vai me dar?"
O Panela Preta abanou o rabo como um moinho e latiu: "Au!"
"Errado!" Chen Shi riu. "O vovô disse que esse dinheiro é para o meu casamento. Se eu pedir, ele vai dar!"
"Au! Au!"
"Como assim ele já gastou? Impossível!"
"Au, au au!"
"Para com isso, o vovô nunca enganaria o neto!"
…
Conversando e rindo, homem e cachorro se afastavam das montanhas rumo à Vila Huangpo.
De repente, o céu ficou brilhante demais. Chen Shi e o cachorro ergueram o olhar — e congelaram.
Um feixe intenso de luz rasgava o céu. Parecia uma rocha flamejante caindo dos céus, rompendo a abóbada celeste e vindo direto em sua direção!
A estrela incandescente passou sobre suas cabeças, deixando uma longa trilha de fumaça antes de colidir com as montanhas distantes — bem onde ficava o templo!
O impacto explodiu em uma labareda gigantesca. Rochas imensas voaram em todas as direções.
A montanha que emergira do subsolo foi cortada ao meio em um instante.
Panela Preta se lançou sobre Chen Shi, derrubando-o no chão, e ambos rolaram para dentro de uma vala profunda à beira da estrada.
"Whoosh—!"
Um vendaval abrasador passou sobre eles, incendiando as árvores ao redor como tochas vivas.
Felizmente, após a noite de chuva, a vala estava cheia de água. Homem e cão mergulharam — e escaparam de virar cinzas.
BOOM!
A explosão sacudiu a terra. O chão tremeu tanto que a água quase fez os dois cuspirem sangue.
Logo depois, pedras começaram a cair do céu como chuva.
Mas, mergulhados, já não corriam perigo.
Quando o bombardeio cessou, Chen Shi e Panela Preta emergiram, exaustos e encharcados.
Olharam ao redor — árvores tombadas, troncos queimados, fumaça azulada subindo do chão. As plantações estavam destruídas, e enormes pedras haviam rolado pelos campos, arando o solo como pinceladas tortas de um gigante.
Ao longe, a montanha — que antes tinha cem metros — agora só tinha metade. O corte era irregular, como se mordido por um cão.
O pequeno templo misterioso fora reduzido a pó.
A montanha que emergira do subsolo — agora, apenas ruínas.
"Por… por quê…?" murmurou Chen Shi.
Olhou para o céu — dois sóis brilhavam intensamente.
Eram os dois olhos do Verdadeiro Deus, observando o mundo.
Nada escapava ao seu olhar.
