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Chapter 5 - A fúria do sem categoria!

— Você é fraco, tão patético que merecia até morrer.

— Hehehe… acho que posso me divertir antes de “salvá-lo” por capricho.

— Mas aviso: vai doer!

Haruki, já entediado, resmungou:

— Ei Kaito, vamos matar esse cara logo também e ir embora com o dinheiro!

Então Haruki sentiu algo mudar sob seu corpo. A aura de Kenji explodiu em sombras ao redor e, num puxão invisível, o garoto desapareceu debaixo dele. Quando Haruki se inclinou para ver onde Kenji fora parar, a mão direita foi rasgada por um golpe cortante — o membro voou, jorrando sangue.

— Minha mão!

— O que foi isso?!

— E onde está aquele moleque maldito que estava aqui embaixo? — Kenji surgiu atrás de Haruki, em tom de deboche.

Haruki girou áspero, cambaleando de dor e choque:

— Como assim?

— Ele estava aqui… agora sumiu… impossível…

— Acredito que você está me procurando aqui embaixo, mas nunca vai me achar nesse lugar insignificante! — Kenji encostou a lâmina no pescoço de Haruki.

Possuído pelo ódio, Haruki bufou:

— Seu desgraçado!

— Como você tem coragem?

— Eu vou te matar, seu filho da—

Antes que completasse, Kenji decapitou Haruki num golpe seco. A cabeça caiu aos pés do corpo que desabou. Em seguida, um chute certeiro arremessou o tronco para longe, rolando até Kaito.

Os dois capangas de categoria D, que até então batiam em Kenji, recuaram assustados e trocaram olhares. Sem uma palavra, agiram: o assassino ergueu duas adagas curvas, e o mago invocador começou a traçar runas no chão, acendendo bolas de fogo.

Num instante, dois demônios de categoria C surgiram — um gordo, de pele verde-escura com a tatuagem de ouroboros na testa; outro magro, ossudo, com garras como facas.

Para Kenji, tudo desacelerou: cada fagulha de mana, cada pedra solta do piso, movia-se em câmera lenta. Ele percebeu:

— Não são eles que ficaram lentos… sou eu que fiquei mais rápido!

A luta estourou num piscar de olhos. O demônio gordo avançou primeiro, socando o peito de Kenji. As costelas vibraram; o corpo voou para trás e o piso abriu uma fenda sob o impacto.

— Isso dói, não é? — rosnou o monstro.

Kenji recuperou o equilíbrio num salto e correu em linha reta contra o magro. A criatura estendeu as garras e arranhou o ombro dele, rasgando casaco e pele. Kenji gemeu, mas usou o contato para girar e desferir um gancho no queixo ósseo, que faiscou de dor.

O gordo o esmagou num empurrão, lançando Kenji contra uma pilastra que estalou ao meio. Ele caiu de joelhos, respirando com dificuldade, mas se ergueu com sangue e determinação.

— Vocês não vão me parar.

O demônio magro veio frontal, garras mirando o rosto. Kenji se abaixou no último segundo, sentiu o vento gelado roçar o cabelo e contra-atacou com um cotovelo no estômago da besta, que cambaleou com um gemido.

Num ímpeto final, Kenji agarrou o gordo pelos ombros, fincou os pés no chão trincado e o lançou contra o teto num estalo bruto. Tábuas voaram em lascas, e o monstro atravessou o madeirame, sumindo na noite.

Sem hesitar, Kenji girou nos calcanhares e interceptou o magro. Num movimento fluido, pegou-o pelos pés, ergueu acima da cabeça e o girou como bastão humano, arremessando-o contra o portão de ferro enferrujado. O corpo esquelético cravou-se no metal, entortando as barras e bloqueando qualquer rota de fuga.

— Dois caídos… só falta você — murmurou Kenji, enquanto a aura negra crepitava em volta.

Ele voltou-se ao mago invocador, pronto para o golpe final. O homem, em choque com a queda dos próprios demônios, recuava aos tropeços, olhando para Kenji como para a própria morte.

— Isso não faz sentido… você era só um moleque qualquer, um fracassado sem categoria… o que diabos é você?!

A resposta veio em passos firmes. Kenji se aproximou lentamente; cada pisada ecoou no chão trincado, movendo pedaços de madeira e entulho. As sombras ao redor tremulavam com a energia que vazava do corpo dele.

— Se está curioso… então é melhor desistir de lutar — murmurou, a voz baixa e penetrante.

O invocador, num ato de desespero, gritou:

— MALDITO!

Ele partiu para cima e socou com toda a força que restava. Kenji ergueu o braço e segurou o punho no ar com facilidade, como se o golpe fosse inútil.

— Vou lhe fazer um favor… não vou ter o trabalho de matar você.

Um estalo seco quebrou a mão do inimigo. O grito estridente ecoou pelas paredes. Kenji girou o corpo e desferiu um chute devastador no peito do mago. O impacto sacudiu o armazém. O homem voou por cima de mesas quebradas e se arrebentou numa estante abarrotada de minérios. A estrutura cedeu com estrondo; pedras pesadas rolaram pelo piso, levantando poeira e farpas.

Kenji arfava. Vapor saía pelas laterais da boca e pelas costas. A pele queimava, os músculos tremiam. Ele estava no limite, mas se obrigou a ficar de pé.

Foi então que Kaito deu um passo à frente.

— Já chega… — murmurou, enquanto o braço esquerdo se transformava.

Kaito não era um usuário comum de magia. Lutava com o próprio corpo, moldando o esqueleto com precisão cirúrgica. Os ossos se convertiam em ferro negro, resistente como aço encantado. Dali brotavam adagas longas, estacas, barras de ferro afiadas como lanças. Uma dessas adagas surgiu agora da palma da mão, crescendo como lâmina viva.

— Você não é mais o mesmo fracote de antes — disse com os olhos semicerrados.

— Mas, ainda assim, não pode me vencer.

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