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Chapter 35 - Capítulo 35 – O Banquete Começa

Helian Zheng ficou com os olhos injetados de raiva. Antes que conseguisse contornar a mesa das oito imortais, Chen Shi já havia se adiantado e atacado — duas hastes de madeira, dois golpes precisos. Zhao San Gongzi e Zhao Xue'e morreram no mesmo instante, fazendo o sangue de Helian ferver de fúria incontrolável.

Desta vez, a Mansão Xuan Ying da Família Zhao havia enviado o Terceiro Jovem Mestre para sair em missão, procurar a Segunda Senhorita Zhao e investigar o desaparecimento do mordomo Zhao Ming e do velho Tiebǐ. Ao mesmo tempo, ele deveria liderar os guardas de brocado e garantir a segurança de Zhao Yue e dos demais.

Zhao Yue, apesar de ser o terceiro filho, possuía alta reputação dentro da mansão. Inteligente e estudioso, desde pequeno era versado em poesia e música, além de ser bondoso e caridoso — o queridinho de todos na residência.

Dizia-se até que, se o Primogênito continuasse sendo um inútil e a Segunda Senhorita não fosse encontrada, o patriarca pretendia nomear Zhao Yue como herdeiro da família.

Ao lado dele estava Zhao Xue'e, sua irmã de mesmo pai e mãe, uma jovem de dezesseis anos, na flor da idade. Ao saber que o irmão mais velho sairia em busca da Segunda Irmã e vingaria Zhao Ming e o velho Tiebǐ, ela insistiu em acompanhá-lo.

Era uma garota pura e gentil — tão bondosa que nem suportava matar uma formiga.

Quem diria que um simples camponês seria tão selvagem a ponto de matar Zhao San Gongzi com um único par de hashis — e, logo em seguida, atravessar Zhao Xue'e com outro golpe?

Com Zhao Yue e Zhao Xue'e mortos, Helian Zheng jamais escaparia da culpa. Seria acusado de negligência — talvez até obrigado a morrer junto com o Jovem Mestre.

E tudo isso… por culpa de Chen Shi!

"Seu bruto de aldeia!"

Rosnando, Helian Zheng avançou. Chen Shi, após eliminar os dois com os hashis, ergueu a mão e virou a mesa de jantar. Um som seco ecoou — a mesa voou, bloqueando a visão dos que estavam à frente.

No mesmo instante, Chen Shi recuou rapidamente. Sua mão esquerda, afiada como uma lâmina, cortou a garganta de um dos guardas de brocado atrás de Zhao Yue.

"Que velocidade insana!"

O guarda percebeu o perigo, mas era tarde demais — seu pescoço partiu com um estalo seco.

Direita dois — morto.

Chen Shi girou o corpo e lançou um soco. O punho rasgou o ar, atingindo o rosto de outro guarda. O impacto esmagou sua cabeça contra a parede do templo, abrindo um buraco enorme.

Do lado de fora, os guardas só viram a parede antiga se projetar para fora — tijolos voando — e, logo em seguida, uma cabeça ensanguentada emergindo pelo buraco.

Esquerda um — morto.

"Inimigo—!"

Os guardas restantes ficaram atônitos por um instante, mas logo reagiram, correndo em direção ao templo.

Lá dentro, o caos dominava. Quase todos se moveram ao mesmo tempo — cadeiras sendo empurradas, pessoas tropeçando, tentando correr para frente ou recuar para longe daquele demônio humano.

Corpos se chocavam, passos se cruzavam. Os guardas de brocado queriam agir, mas havia gente demais — qualquer uso de magia agora significaria matar os próprios aliados.

O pânico dominou não só os movimentos, mas também seus corações. Queriam empurrar todos à frente, mas se controlavam ao lembrar que eram companheiros.

Chen Shi, porém, estava completamente calmo.

Curiosamente, antes de agir, ele sempre ponderava, analisava prós e contras. Mas, no momento em que se movia, sua mente se tornava serena como água. Cada golpe era rápido, preciso — como se tivesse nascido com o instinto de matar.

Ele se movia como um peixe deslizando entre as ondas. Esquivou-se de um guarda que vinha pela lateral, fechou o punho — o polegar sob o indicador — e acertou a têmpora do inimigo com um golpe seco.

O osso frágil se rompeu; a força penetrou no cérebro.

O olho direito do guarda ficou totalmente vermelho — os vasos da têmpora se romperam, o sangue inundou o globo ocular. Sua visão escureceu, o cérebro parou de funcionar — morte instantânea, quase sem dor.

Chen Shi girou o corpo, ficando de costas com o cadáver ainda em pé, e viu Zhao Yan à frente levantando uma cadeira para atacá-lo.

Chen Shi não recuou. A cadeira se partiu em quatro pedaços ao atingi-lo. Zhao Yan ficou apenas com duas pernas de madeira nas mãos — as outras duas, Chen Shi já havia agarrado.

Zhao Yan percebeu que as pontas eram afiadas; seus olhos brilharam de intenção assassina. Mas, antes que pudesse agir, Chen Shi enfiou uma das pernas direto em sua garganta.

Zhao Yan era um cultivador de corpo, mas seu físico era muito inferior ao de Chen Shi — seus movimentos, muito mais lentos.

Chen Shi abaixou-se e girou, acertando um chute na virilha de outro guarda e, num mesmo movimento, cravou a segunda perna de cadeira no abdômen de outro.

Direita um, esquerda dois, Zhao Yan.

Mortos.

O templo virou um pandemônio. Zhao Yue e Zhao Xue'e ainda agonizavam, o primeiro guarda de brocado mal caíra, Zhao Yan tentava arrancar a madeira da garganta — e já havia outro ativando o talismã do Guerreiro Dourado. Seu corpo brilhou como ouro, ganhando força monstruosa, e ele investiu como um touro contra Chen Shi, desferindo um soco devastador.

Chen Shi não se importou com as pernas de cadeira — aprendera no campo de batalha da família Li que armas ensanguentadas se tornavam escorregadias.

Seja hashis ou madeira, ele usava uma vez e descartava.

Seu sangue fervia. O braço direito engrossou, a palma pesada como a de um urso. Ele enfrentou o soco de frente.

O punho do guarda reluzia em dourado, o corpo coberto de luz como uma armadura divina — parecia um deus guerreiro!

O talismã do Guerreiro Dourado concedia por um breve instante um corpo indestrutível e força imensurável — a melhor defesa em combate corpo a corpo.

Crack!

Quando os punhos colidiram, os dedos do guarda se despedaçaram, o osso do braço quebrou. Ele tentou reagir com a mão esquerda, mas Chen Shi já segurava seu braço fraturado, empurrando-o para frente — o osso quebrado atravessou-lhe o peito!

O guarda, em desespero, socou o rosto de Chen Shi com a outra mão — uma, duas, três vezes!

Chen Shi suportou os golpes, empurrando-o até esmagá-lo contra a parede. O osso quebrado penetrou ainda mais fundo.

Com um puxão, ele arrancou o osso — o sangue jorrou como uma fonte. O guarda caiu morto.

Esquerda três — morto.

Um jovem da família Zhao viu Chen Shi vindo em sua direção. Em pânico, ativou a Espada Ziwǔ Corta-Maldições. O som agudo cortou o ar — Chen Shi quase foi atingido, mas se abaixou de repente.

A lâmina espiritual passou raspando em seu couro cabeludo, cortando a cabeça do aliado atrás dele.

O golpe prosseguiu, rasgando a parede do templo com um estrondo e deixando um sulco profundo.

Chen Shi não esperava que alguém ousasse usar magia dentro de um templo tão pequeno. Ao se abaixar, agarrou um caco de porcelana quebrada do chão.

O piso estava escorregadio — sangue e óleo de comida. Chen Shi passou rente ao corpo do jovem, agarrou sua perna e o puxou para o chão. Com o caco em punho, golpeou repetidas vezes — uma, duas, dez vezes — subindo da perna até o peito.

Quando o caco escorregou e cortou sua própria mão, ele o largou.

Rolando, saltou para o lado, desviando de um disparo de san yan huo chong — o mosquete de três canos.

'Havia doze pessoas no templo… restam apenas duas. Assim que eu acabar com elas…'

Mas o mosquete ricocheteou no chão e atingiu-lhe o peito com um estrondo.

O golpe não era um tiro, mas uma estocada — feita para perfurar!

Helian Zheng, no entanto, não teve tempo de virar a arma e usar a ponta afiada — mesmo assim, o impacto foi devastador. O peso do mosquete, somado à força bruta de Helian, lançou Chen Shi para trás como se fosse atingido por um martelo.

Ainda no ar, Chen Shi viu a luz do cano. Helian puxou o gatilho.

Com um estrondo, ele foi arremessado contra a parede. Ignorando a dor no peito, cravou a mão na parede e se impulsionou para cima como uma serpente gigante.

No instante seguinte, metade da parede explodiu — tijolos e fumaça voando.

A pólvora usada no san yan huo chong era uma invenção antiga do alquimista taoísta Sun Simiao, combinando três essências para criar o "Fogo dos Três Sóis". Seu poder podia destruir corpos e até ferir o espírito — nem mesmo cultivadores de alto nível poderiam resistir.

Helian Zheng havia usado apenas uma pequena porção — e mesmo assim, o poder era aterrador. Se tivesse usado mais, o templo inteiro teria sido reduzido a pó.

Ele ergueu o mosquete novamente, mas Chen Shi já havia escalado o telhado, onde apenas vigas hexagonais sustentavam a estrutura.

Usando mãos e pés, Chen Shi subiu velozmente. Helian o seguiu, o mosquete em mãos. Luzes sagradas brilharam atrás de sua cabeça — e o som cortante do ar anunciou o perigo.

Pressentindo-o, Chen Shi soltou-se e caiu.

Duas lâminas de energia cortaram o teto, deixando o sol entrar.

Chen Shi pousou e disparou em direção ao buraco aberto pela explosão anterior.

Helian Zheng ainda estava no ar. Seus talismãs de velocidade se ativaram, e o espírito em seu altar espiritual condensou energia — lançando outra espada espiritual junto ao clarão do mosquete.

Um trovão ensurdecedor sacudiu o templo.

A explosão atingiu Chen Shi por pouco — estilhaços feriram suas costas, deixando riscos sangrentos.

Helian, por sua vez, foi lançado para cima pela força do disparo. Agarrou uma viga, pulou através da abertura no teto e pousou sobre o templo, olhando friamente para baixo.

Mas… Chen Shi não estava mais lá.

'Ele deveria ter fugido do templo… Por que não o vejo?'

Subitamente, Helian entendeu. "Não — ele voltou para dentro!"

'O Jovem Mestre Zhao Rui ainda está lá!'

Helian mergulhou de volta pelo buraco. Antes mesmo de tocar o chão, viu Chen Shi esmagando a cabeça de Zhao Rui contra a parede — o sangue se espalhando como tinta.

Seis da família Zhao — todos eliminados. Nenhum sobreviveu.

Chen Shi soltou um suspiro longo. Uma paz estranha o preencheu.

"Um verdadeiro homem só impõe respeito quando demonstra peso e poder.

Se não matasse todos eles, como poderia intimidar a família Zhao da capital?"

"Se o erudito Zhu estivesse aqui, ficaria feliz. Eu não desonrei seus ensinamentos."

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