Sons de passos na grama
"Finalmente você acordou", Takashi diz.
"Aonde estamos indo, Kashi?" ela pergunta. "E por que está me carregando nas suas costas?"
"Eu não queria te acordar", ele diz. "Tava tão fofa dormindo."
"A gente tá saindo do Reino?"
"Estamos?" Takashi pergunta. "Eu só andei reto desde que acordei."
"Tá ótimo", Akane diz. "Se o rei nos achar, ele pode acabar com a gente."
"Por que ele faria isso?" perguntou á ela. "Eu não fiz nada."
"Você tem uma habilidade muito boa", ele começa, "e isso é algo muito ruim."
Eles continuaram caminhando até chegarem em uma floresta. Já era noite, eles estavam com fome e não tinham nada para comer.
"Que fome", Akane diz. "Você tem alguma comida?"
"Não...", ele responde. "Mas deve ter algumas frutas por aqui."
Ele anda.
"Você pelo menos sabe identificar se a fruta é venenosa ou não?"
"Tu acredita que... não!" Ele entra mais dentro da floresta.
Depois de um tempo, ele encontrou um arbusto com frutas.
Ele pega uma e come uma.
[Habilidade adquirida: anti-envenenamento]
"Isso quer dizer que...?!" Ele cospe.
[Habilidade adquirida: olhar purificador]
Então ele olha para o lado e vê um arbusto que tem uma fruta que sua habilidade diz não ser venenosa.
Ele volta e, quando vê, tinha uma fogueira. Ele toca as frutas no colo de Akane.
"Quem deve provar primeiro? Eu ou você?"
"Pode ser você! Já que a ideia foi sua, Kashi."
Então ele come e cai no chão.
"Kashi?!!!" Akane diz preocupada.
"Brincadeira", ele diz.
Ela soca o braço dele. "Não faz isso, bobo!"
Ele ri. "Eu não posso ser envenenado", ele diz. "Minhas novas habilidades são anti-envenenamento e olhar purificador."
"Legal. Você parece não ter medo! Nem parece desse mundo."
"E não sou."
"Você não é?" ela pergunta a ele. "Conta mais?"
"Eu só... dormi permanentemente. Antes de acordar, eu..." Ele pausa. "Eu não tinha muitos amigos, só Tetsu e talvez Milena. Meu pai era tipo um rei e... ele não dava atenção pra mim, só pros meus irmãos."
"Triste."
"E você?" ele pergunta. "O que te fez ser presa?"
"Bem... pra você entender, vou contar cada detalhe."
"Eu era tão... pequena", ela começou a contar.
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(Flashback)
"Estava tão lindo aquele dia...", disse como narradora.
"CHUTA!" gritou o garoto.
"Eu tô tentando", ela diz, chutando a bola velha.
"GOOOL!" gritou o time.
"Filhota, venha cá", gritou minha mãe.
"Tô indo!" eu gritei.
Narradora - Akane:
"Ela me pegou no colo e me levou pra casa, e me... escondeu."
"Filha, não saia daqui, tá bom?!" disse minha mãe, tentando esconder que estava preocupada.
"Por que eu tô aqui, mamãe?"
"Só não... saia", minha mãe suplicava. "Toma o Jackzinho."
Narradora:
"Jackzinho era meu bichinho de pelúcia."
"Eu escutei... era claro... a trombeta real."
"O que será isso?" me perguntava. "Mamãe não vai ligar se eu espiar."
Narradora:
"Naquele momento, eu vi o que não deveria... eles... eu vi ela cair naquele chão."
"Eu tapei minha boca. Não queria ser descoberta... mas não adiantou."
"Eu vi ela esconder uma ali dentro", disse o guarda.
Narradora:
"Eu fui pega e vi... tudo."
"Ele estava sorrindo."
"QUERO TUDO EM RUÍNA!" gritava o rei para seus cavaleiros.
Narradora:
"Eles me levaram em uma carruagem, junto ao monte da minha vila. Eles só queriam as crianças."
"Eu não sentia mais nada. Todos os meus amigos já não estavam mais comigo. Cada nobre daquele lugar levou um a um."
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"Isso é terrível", Takashi diz, chorando.
"Depois de um tempo me levaram. Ele me tratava bem. Mas ele me traiu... me trocou por dinheiro." Ela desabou no chão.
"Não chora, Akane", diz, limpando as lágrimas dela.
"Mas... você me encontrou. E mesmo que por dois dias... já cuidou muito de mim."
"E vou continuar", ele diz. "Pode dormir. Eu vou ficar acordado hoje."
"Tem certeza?"
"Sim, Akane."
"Boa noite."