( Aviso de Conteúdo: Este capítulo contém proteção contra violência extrema, elementos de horror e temas sensíveis como ameaça sexual e massacre. A leitura não é recomendada para pessoas sensíveis a esse tipo de conteúdo. Prossiga com cautela.)
[ Ex Torre da culpa]
A lua brilhava lindamente como um disco de prata no escuro, ela lançava um belo brilho a carnificina abaixo dela.
Milhares de escombros e corpos esmagados decoravam um cenário verdadeiramente apocalíptico.
No centro daquele local profano, onde antes havia uma torre imensa que lançava uma sombra perpétua, agora só havia sua base quebrada.
No centro, o ar oscilava e ondulava como a superfície de um lago, logo um rasgo no próprio tecido da realidade se abria.
VROOMM
Um som desconhecido para aquele mundo que está dentro da fenda, de lá saiu algo que parecia vir do próprio inferno.
Uma coisa parecida com um homem saiu de lá montado em algo nunca antes visto por aquelas terras.
Um esqueleto em chamas usa uma roupa preta de motoqueiro repleta de espinhos nos ombros e punhos, ele não tinha rosto, só havia um crânio em chamas.
Ele estava sobre uma montaria especializada, não era um cavalo. Uma moto negra como a noite, com rodas flamejantes que deixava um rastro de fogo e enxofre por onde passava.[1]
O mundo parecia se curvar a sua simples presença, o ar tremia, as nuvens começavam a girar em espiral sobre a sua cabeça de uma maneira impossível. Ele olhou ao redor, mesmo com suas órbitas vazias, parecia ver algo, algo que ninguém mais podia.
"Esse mundo está repleto de maldade" Ele falou após minutos de silêncio, sua voz era profunda e pesada, como se o próprio fogo tivesse aprendido a falar.
VROOMM
Ele acelerou sua moto, que com uma facilidade sobrenatural cruzou os escombros daquele lugar como se não fosse nada.
Ele partiu em uma direção desconhecida, deixando um rastro de fogo por onde passava.
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[ Plano do Abismo ]
"Vocês sentiram?" Quem fez a pergunta foi uma coisa que parecia ser um homem, mas não havia nada de humano nele.
Seu rosto era deformado, com a pele da boca puxada e presa para fora, seus olhos eram costurados por linhas grossas pretas e seu cérebro era exposto para o mundo ver, ele era trajado em uma capa negra perturbadora. Esse era o Vazio.
Conrad, Ubik, Slan, os membros da mão de deus acenaram em concordância, cada um deles tinha uma expressão confusa estampada em seus rostos.
Eles, que controlavam a causalidade e o destino da humanidade, podiam sentir, algo, um turbilhão de fogo, morte e destruição tinha aparecido nesse mundo, eles podiam sentir essa coisa, essa força da natureza destruindo a causalidade ao seu redor, trazendo desordem ao próprio destino.
"Isso pode atrasar nossos planos, Void-dono"[2] Quem falou foi Conrad, ele tinha uma expressão de um bebê em extrema concentração, seus olhos eram franzidos e suas bochechas eram grandes, ele tinha um corpo que lembrava uma espécie de balão com as mãos cruzadas.
"Mas o que poderia ser isso?" Uma voz feminina, Slan, pediu com confusão e uma pitada de interesse, ela tinha asas de morcego que cobriam seu corpo nu e cabelos verdes que lembravam videiras, para ela, um ser quase divino, não havia quase nada que ela não soubesse ou pudesse fazer. E isso era o que mais a intrigava, esse ser,seja lá o que fosse, não parecia ser algo do mundo astral nem de nenhum plano que ela conhecesse.
"Talvez a cerimônia de encarnação de Griffin tenha enfraquecido as barreiras do mundo mais do que previmos e deixei algo entrar" Quem pretendia lançar uma luz ao problema foi Ubik, ele tinha um corpo único, lembrava ao de uma lagarta com um rosto humano e braços junto com um óculos que parecia colado no seu rosto.
"Bom, temos muitas perguntas e nenhuma resposta, mas como Conrad disse, seja lá o'que isso seja, pode atrapalhar nossos planos, não sabemos o'que é, só que parece ser poderoso" Void disse a última parte com um tom mais sério do que o normal. Ele claramente sentiu que isso era diferente.
Eles continuaram a debater essa anomalia por um tempo indeterminado nas profundezas do abismo.
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Numa floresta de grossas e grandes árvores de carvalho, uma entidade vagava entre elas
Ele parecia ser um cavaleiro em seu corcel, mas ao invés de um homem, era uma caveira que estava ali, ele tinha um crânio branco com pequenos espinhos saindo dele, seus olhos eram amarelos brilhantes como vagalumes numa noite escura, ele estava adornado com uma armadura finamente trabalhada que cobria seu corpo por completo.
Sua montaria era igualmente sobrenatural, ele tinha os mesmos olhos do seu dono e usava uma bela armadura de guerra.
Eles estavam parados no meio da floresta olhando para uma direção em específico.
Ele podia sentir uma perturbação profunda no mundo espiritual, algo estava atiçando os espíritos, mas eles não eram alegres ou raivosos, eles estavam com medo.
"O'Que diabos será isso?" Ele murmurou, sua voz soava oca, inferior que não havia um homem ali dentro, ele olhou em direção ao local onde havia ocorrido a extraordinária cerimônia de encarnação e trouxe Griffin de volta ao plano mortal.
Ele sabia que com a presença de um ser tão elevado como ele, as trevas e o desespero criados pela mão de Deus iriam se alastrar de maneiras inimagináveis pelo mundo.
Ele estava realmente preocupado com Guts e seu grupo que seria jogado num inferno ainda maior a partir de agora.
Mesmo assim, ele podia sentir, a perturbação profunda que estava acontecendo, a causalidade que ele tanto tentava interferir agora estava errática, os fios do destino se desfazem como teias de aranhas arrancadas por um furacão.
"Eu estava indo ver como estava o espadachin negro, mas isso parece ser mais importante" Ele murmurou apreensivo, parecia que o ritual de Griffin teve consequências ainda mais devastadoras do que ele tinha previsto.
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"Por favor! Poupe meu filho!" Uma mulher falou em prantos enquanto segurava uma criança por volta de uns cinco anos completamente apavorada.
O garoto ainda podia se lembrar de como esse inferno havia começado, ele estava com sua mãe se preparando para o jantar quando eles e sua vila foram atacados por esses homens.
Eles não buscavam prisioneiros, nem cativos, eles só abatiam brutalmente a todos que se levantavam contra eles, e abusavam das mulheres que queriam sem piedade.
"Vamos rapazes matem todos, matem em nome do Falcão branco!!" Quem relatou foi um homem imenso, ele tinha mais de dois metros de altura e um corpo enorme e gordo, sua armadura cobria seu corpo por completo como uma concha, seu elmo lembrava o rosto de um leão, mas se pudesse olhar mais de perto, poderia ver que seus olhos não tinham nada de humano.
Eles não tinham formato de animal, e brilhavam com uma alegria pelo sangue derramado e uma luxúria sem fim pelas mulheres.
Ele se mudou do grupo de mãe e filho ajoelhados, lambendo os lábios em antecipação pelo que estava por vir.
"Bem, bem, o que temos aqui?" Ele disse com entusiasmo, enquanto seu olhar alternava entre ambos, ele não tinha preferências por qualquer um dos dois, no final ele iria usufruir de ambos.
"Bom, como tradição, é dever das mães ensinar os filhos não e?" Ele falou, parecia que ele tinha tomado uma decisão.
"Ele inclinou seu corpo enorme até ficar um pouco acima da mulher "Meu nome Barik, o mestre do bando do urso pardo[3], vamos nos divertir muito bem" Ele se apresentou, e logo em seguida começou a desfazer o cinto que segurava suas vestes.
A mulher tremia de medo, mas sabia que não havia saída, havia pelo menos mais de 50 homens, ela só podia rezar para que seu filho pudesse sobreviver.
VROOOMMM
"arrrhhhh" Um rugido diferente de qualquer outra fera do mundo soou junto a um grito que parecia milhares de almas em agonia, como um coro do inferno interrompeu esses homens.
Eles pararam simultaneamente seu abate macabro para olhar para o recém chegado.
Aquela coisa era diferente de tudo o que eles já tinham visto, desde a sua montaria única até o seu estilo perturbador, suas vestes eram pretas, seus crânios eram envoltos em fogo laranja, seu olhar vazio como o fundo do abismo.
Barik já tinha esquecido a mulher, toda a sua atenção estava focada naquele ser, seu corpo de apóstolo, seu poderoso corpo que poderia matar 10 homens ao mesmo tempo gritava de medo, cada fibra do seu ser implorava para que ele fugisse sem olhar para trás.
"Quem é você?" Ele disse, mesmo banhado pelo mais puro terror e medo, um pavor tão grande que ele nem sabia que era possível, ele tomou a frente e se opôs a criatura.
"Sua alma fede, fede a pecado demônio" O motoqueiro falou com uma voz sem emoção, ele pegou a corrente que estava envolta do seu corpo e a desdobrou no chão.
A corrente brilhava em vermelho incandescente, e o fogo sobrenatural escorria pelo metal como água, ironicamente não causa uma única queimadura na grama ao chão.
"O que você busca espectro" Barik disse, seu medo crescia a cada segundo, ele sentia uma ameaça existencial só de ver aquela corrente coberta de fogo.
"Vingança" O motoqueiro falou impassível, e então começou.
O que se atropelou só pode ser descrito como massacre, nada do que eles fizeram, suas espadas que mataram os aldeões, as lanças que eles usaram para empalá-los, as flechas que atingiram os que fugiram, elas não fizeram nada a ele.
O metal derreteu ao entrar em contato com seu corpo, as flechas pegavam fogo de maneira inofensiva, a cada segundo que se passava o terror aumentava.
O motoqueiro não demonstrou misericórdia alguma, o balançar de suas correntes transformou cada um daqueles homens em pilhas de cinzas que posteriormente o vento levou.
A cada golpe das correntes, suas existências patéticas foram erradicadas, nem suas almas escapavam do fogo infernal.
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1 Só queria falar de como a montagem do motoqueiro é legal.
2 Apesar de na obra não dizer, muitas teorias dizem que Void é o primeiro dedo da mão de deus e o líder deles, então vou enfatizar isso aqui.
3 Esse apóstolo não é canônico, vou deixar uma pequena marcação nos personagens que inseri dentro da obra.
Curta com pedras de poder, e fale o que achei esse primeiro capítulo e o que posso adicionar.
E continue a ler e veja o caos que vai se instalar aqui.