Fang Yan se levantou, limpando o sangue e o suor, e sentiu o poder do Segundo Nível da Abertura Dourada pulsando em seus meridianos. Ele olhou para Lin er, que ainda estava sentada na beira da cama, mas sua postura estava tensa.
Lin er estava visivelmente afetada. Seu rosto estava levemente avermelhado, e ela parecia ofegante e tensa. A energia de seu corpo etérea estava descontrolada.
Fang Yan se aproximou, a curiosidade prática superando o cansaço.
"O que foi? Parece até que você está excitada,"
ele disse, com uma risada seca e sem humor.
"Por ter usado tanta energia, acabou fundindo-se com a minha para me ajudar?"
Lin er permaneceu em silêncio, a vermelhidão em seu rosto aumentando.
Ele percebeu a profundidade da reação.
"É isso? É isso mesmo?" ele insistiu.
Silêncio novamente.
Fang Yan suspirou, a diversão se esvaindo, e ficou sério. A parceria deles exigia pragmatismo.
"Você precisa de descanso, Lin er, para se recuperar."
Ele se levantou para ir para o canto, talvez para pegar água ou apenas para se afastar e deixá-la sozinha. Mas no instante em que ele se virou, Lin er agiu por puro instinto.
Ela agarrou a mão dele.
Fang Yan ficou surpreso. Ele não esperava essa reação. Ela o puxou com uma força imensa, onde ele não conseguiu resistir. A diferença de poder entre eles era abissal; mesmo estando fraca, a força de um Espírito de Grau 5 era algo que ele não podia desafiar fisicamente.
Lin er estava fora de si. Ele notou que ela havia perdido a consciência do que estava fazendo, agindo puramente por instinto de sobrevivência e pela confusão da energia.
Ela começou a despi-lo, apressadamente, seus olhos em um brilho frenético que não era de desejo, mas de desespero energético.
Ela beijava o pescoço dele lentamente, o que era um sinal de que buscava o sangue e a energia dele para reestabilizar sua essência.
Fang Yan, sentindo o perigo e o descontrole dela, conseguiu se segurar. Em vez de lutar ou se entregar ao ataque, ele a abraçou com força. Ele a conteve, apertando-a contra o seu corpo com a melhor força que podia reunir, impedindo-a de se mover ou de morder.
Ele sentiu o corpo dela se debatendo, tentando se separar para conseguir o sangue. Lentamente, contudo, a luta dela começou a diminuir. A contenção física de Fang Yan, misturada com o toque humano e o laço que os unia, pareceu forçar o retorno de sua consciência.
Ela parou.
Lin er viu a situação: ela estava nua, ou quase nua, nos braços de Fang Yan, as unhas cravadas levemente na pele dele. Ela havia perdido o controle. A vermelhidão em seu rosto voltou, desta vez por vergonha.
Ela respirou fundo, recuperando a compostura de seu Espírito.
"Estou bem agora,"
ela disse, a voz mental trêmula.
"Pode soltar."
Fang Yan sorriu, o sorriso retornando ao seu rosto.
Ele a soltou. A primeira lição do Registro da Técnica do Espírito Fantasma não foi sobre Qi, mas sobre o preço do poder e a imprevisibilidade de sua parceira.