Imensidão
Capítulo 1: O Começo (ou O Adeus)
O sol nascia, pintando o céu azul em tons de fogo, enquanto o foco narrativo descia para a praia, revelando a imensidão do oceano. Na parte das pedras, a data marcava 08/12/2022.
Ali, sentados e abraçados, estava um jovem casal. A moça, Eliza Neves Braga, de 18 anos, tinha cabelos castanhos com luzes loiras, olhos verdes cintilantes, vestia blusa verde fina, short curto e sandálias. Suas unhas longas eram azuis e a maquiagem, leve. O rapaz, Rafael Edigar Teixeira, 20 anos, era bonito, atraente e alto, com cabelo preto, olhos castanhos e uma barba rala. Estava de bermuda floral azul e roxa, camiseta azul e tênis casuais. Eles conversavam.
Rafael: Eliza, você precisa ir mesmo para os Estados Unidos?
Eliza: Rafa, eu não quero ir, mas a minha família está querendo que eu vá. Você sabe, minha família é rica e insiste que eu faça faculdade de economia lá em Nova York.
Rafael (triste): Mas precisa ser tão longe de mim?
Eliza (olhando para o mar): Rafa, vai ser só quatro anos. Logo estou de volta e a gente vai ser feliz.
Rafael: Mas quatro anos é muito tempo.
Eliza: Eu sei, amor, mas pensa: o tempo passa. E você vai esperar por mim, né?
Rafael (olhando para Eliza): É claro que eu vou te esperar, você sabe.
Eliza (olhando para Rafael): Eu sei, Rafa.
Rafael: Eliza, mas você já tem que ir?
Eliza: Sim, Rafa. Janeiro já começa a faculdade lá. Por isso, vamos aproveitar o agora.
Rafael (tristonho): Tudo bem, vamos aproveitar o agora.
Eliza: Não fique assim, se não você vai quebrar o meu coração em te deixar aqui.
Rafael (tenta sorrir): Pode deixar, vida. Estou feliz por você.
Eliza: Eu sei, vida. (Ela o beija na boca, e Rafael corresponde.)
O celular de Eliza toca, e ela interrompe o beijo para ver quem ligava.
Rafael: Quem é, Eliza, que não deixa a gente ser feliz?
Eliza: Rafa, é minha mãe. Ela quer que eu vá para casa arrumar a minha mala.
Rafael: Você já tem que ir? Não pode ficar mais um pouquinho, não?
Eliza (sorrindo): Tenho que ir, mas amanhã venho me despedir de você. Mas, amor, aproveita essa visão.
Rafael: É claro, amor. E você também, não se esqueça de mim e do nosso lugar favorito.
Eliza: Como vou esquecer daqui? Eu nunca vou me esquecer, nem de você. Antes, o último beijo.
Rafael: É claro, vida. (Ele a beija.)
Eliza se levanta e dá um último beijo. Rafael segura a mão dela, mas Eliza a solta.
Eliza: Agora tenho que ir mesmo. (Ela tenta não chorar.)
Rafael: Tudo bem, vida, pode ir.
Eliza vai embora, deixando Rafael para trás, que não aguenta mais o choro.
UM ANO DEPOIS
Voltando ao mesmo lugar, Rafael está sentado, olhando para o mar, profundamente triste.
Rafael: Já faz um ano, e nada de notícias suas, Eliza. Você prometeu que não ia se esquecer de mim, mas, pelo visto, a sua família estava certa. Você já deve ter outro.
FLASHBACK (Alguns meses antes)
Rafael chega à mansão. A senhora Otávia Braga está sentada no sofá da sala quando ele entra.
A Empregada, Cíntia: Senhora Otávia, o senhor Rafael está aqui.
Otávia (brava): Estou vendo. Pode deixá-lo entrar, Cíntia.
Cíntia: Está bem, senhora. (Vai para a cozinha.)
Rafael chega à sala.
Rafael: Boa tarde, senhora.
Otávia: Boa tarde o c*ra**! Cíntia, se não tem nada a fazer, pode ir para a cozinha.
Cíntia: Está bem, senhora. (Sai.)
Otávia: O que você quer, Rafael?
Rafael: Senhora, vim saber sobre a Eliza. Desde que ela foi para os Estados Unidos, não mandou mensagem. A senhora tem notícias?
Otávia: É claro que sim. Se minha filha não te mandou mensagem, é porque não te quer mais.
Rafael: Mas eu sou o namorado dela.
Otávia: Você era.
Rafael (sem entender): O que a senhora quer dizer com isso?
Otávia: Minha filha já está com outro.
Rafael: É mentira da senhora!
Otávia: Se não acredita, veja com seus próprios olhos. (Pegando o celular e mostrando a foto de Eliza com um rapaz bonito.)
Rafael: É mentira. Eliza nunca me trocaria!
Otávia: Se nem mesmo vendo você acredita, então por que não liga para ela?
Rafael: Mas é isso que estou tentando fazer: ligar, mas ela não me atende.
Otávia (chegando perto de Rafael): Agora, deixe-me fazer uma pergunta: o que você pode dar à minha filha? Nada. Você não pode dar nada. Esse rapaz, sim, pode dar-lhe o que ela precisa.
Rafael: Eu posso dar, sim: o meu amor.
Otávia: Amor não enche barriga, nem paga as contas, nem o boleto no final do mês.
Rafael: A senhora nunca gostou de mim.
Otávia: Verdade. E nunca vou gostar. Agora, vá embora da minha casa.
Rafael: Quando a sua filha voltar, a gente vai ficar junto, a senhora querendo ou não.
Otávia: Se ela voltar, né? Parece que ela está muito feliz lá com esse rapaz.
Rafael: A senhora é uma mentirosa!
Otávia: Saia da minha casa!
Nesse momento, Sebastião entra.
Sebastião: O que está fazendo na minha casa, Rafael?
FIM DO FLASHBACK
Rafael: Eliza, estou te esperando aqui, no nosso lugar. Por favor, espero que não esteja com outro... (Chorando, neste momento o celular toca. Era sua mãe, Suzana.) O que ela quer agora?
