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Chapter 92 - Provando do próprio veneno

Esse mês foi um dos piores da minha vida, depois de muito refletir, cheguei à conclusão que devo mudar meu comportamento.

 

O lugar a qual onde vou é onde Mira está... Isso me lembra o que aconteceu naquele dia.

 

...

 

— Me desculpa... — Sim, sou eu pedindo desculpas, acho que é uma das poucas vezes que isso aconteceu.

 

— Pelo que? — Questionou Mira, ela ficou acamada no Hospital por 1 dia com as outras, haviam ferimentos por todo o corpo das 4, e a minha irmã quase foi estuprada... eu sou o culpado, eu sei, Céus!

 

Mira me encarava com os seus olhos de cristais, eu realmente me sinto mal por tudo.

 

— Se eu... Não fosse tão esquentado, você não tinha passado por aquilo, desculpa. — Abaixei minha cabeça como uma forma de mostrar que eu estava arrependido.

 

— Ah... Você é muito esquentado mesmo Vermelho. — Escutar isso doeu na alma. — Mas não quer dizer que não consiga mudar, é só refletir um pouco mais, ser cabeça quente sempre trará infortúnios.

 

A forma como ela falou... Parecia estar zangada. — Sim, eu prometo que vou mudar...

 

— Não precisa ficar tão entristecido, somos novos ainda, estamos em constante aprendizado, só digo que refletir um pouco mais não é de todo ruim, muito pelo contrário, nos fornece variados tipos de situações, isso nos ajuda a pensar em como o mundo funciona com outros olhos.

 

Ela pôs sua mão sobre a minha, fiquei impaciente nesse momento: — Mira... — Me aproximo lentamente dela, aos poucos, mais e mais, sinto a sua respiração, suas mãos estavam soadas, eu a segurei num impulso, parecia estar... Nervosa, por um momento refleti se deveria forçar, eu não sei o que ela sente por mim... E pensando nisso, próximo dela, sinto ela encostar seus ombros em mim.

 

Céus, um turbilhão de coisas veio à minha mente nesse momento, o que um homem e uma mulher estão fazendo a noite e em uma escada, sentados e juntos ainda mais?! É só eu que estou pensando demais?

 

— Os pombinhos vão ficar aí até que horas? Tem trabalho a fazer amanhã, sabia? — Não acredito, a maldita velha do estabelecimento atrapalhou tudo, isso foi como uma facada! Depois dessa... Acho que eu vou morrer sozinho.

 

Mira parecia bem desapontada também, maldição! Eu deveria ter beijado ela! Nem que eu mandasse essa velha catar coco na casa do caralho depois.

 

— Ah sim... Bem, estou indo Red.

 

— É-É, Mira, eu venho te visitar amanhã... Quando sobrar um tempo.

 

— Visitar?... A-Ah a-acho melhor não Vermelho, eu vou estar bem ocupada. — Se aproxima e cochicha. — Essa velha não dá descanso e é muito exigente, a gente se fala depois.

 

— Ah... Ta bom. — E lá se foi a minha chance, velha maldita, por que não demorou um pouco mais? E outra! Por que se intrometer onde não é chamada?! Eu deveria ir lá agora ter uma palavra com ela!

 

Depois de lembrar do que Mira havia dito, decidi refletir melhor sobre minhas ações, já perdi a chance mesmo, só me resta ir embora.

 

Devo ser uma pessoa mais paciente a partir de agora, é isso! A gente aprende com os erros.

 

...

 

Alguns dias depois um fato inusitado aconteceu, eu não havia imaginado que...

 

...

 

Um grande tumulto se originou na frente da loja, parece que algo estava acontecendo, então corri para averiguar, chegando lá me deparo com Leon, Berk, Zefren, os 3 segurando Asgn e Rhavi.

 

Parece que os dois estavam querendo iniciar uma luta até a morte, ou assim eu preferia dizer, esses 2 realmente são como água e óleo, mas e o motivo?

 

— B-Bem... É que a Zya está trabalhando no estabelecimento logo a frente. — Disse Leon, mas isso não explicava absolutamente nada.

 

— Ta e daí?

 

— C-Cara, a sua irmã tava vestindo uma roupa provocante... A-Assim, meio curta e um decote aparecendo... os...

 

— Ah... Repete?!

 

— Parece que é um "uniforme" que as moças devem vestir, serve como atrativo, isso é uma loucura, coisa feita provavelmente por algum tarado, soube que o dono da loja é um velho, não duvido nada. — Berk parecia furioso, mas a sua "fúria" era diferente dos encrenqueiros.

 

— Beleza, mas... O que isso tem haver com esse barraco?

 

— han, han, disputa de machos por uma fêmea, um breve resumo. — Estendeu as mãos, Leon parecia está se divertindo com tudo isso, talvez eu devesse botar um vestido nele e jogá-lo naquele lugar com esse velho tarado.

 

— Arh céus, eu deveria ter me controlado aquele dia.

 

— Sim, você deveria. — Completou Leon.

 

Incrédulo com o que acabei de ouvir, encarei o indivíduo. — Sabe Leon? Você ta muito enxerido pro meu gosto hoje, o que aconteceu? — Me dê um bom motivo pra não meter a minha mão na tua cara.

 

— Nada, apenas estou contente.

 

Ah, isso é um bom motivo pra desenhar minha mão na tua cara.

 

— Meninos! — De repente uma voz doce ecoou, era Mira.

 

Ela possuía um motivo para deixar o seu expediente e vir até aqui.

 

Suspiro. — Eu vim aqui apenas para explicar o mal entendido, e para você também Red.

 

Mira acabou por explicar os detalhes, mas eu achava aquilo difícil de engolir, para mim acabou por aliviar minha preocupação, saber que minha irmã possa estar sofrendo abusos, eu não irei tolerar isso jamais.

 

Contudo, os dois ao meu lado ainda continuavam com sua rixa amorosa.

 

— Eu não quero ter 2 cunhados, somente um de vocês serão aprovados, valeu, falou. — Se matem.

 

— Eu que vou ser o cunhado!... Sai dessa você! — Ambos gritaram juntos.

 

— Sai dessa bicho, tu é primo dela, tem que ter é vergonha na cara!

 

— Por ela eu vou pular essa barreira, e não é como se primos não ficassem juntos!

 

— Tu é nojento com esse incesto!

 

— Incesto é o seu rabo, seu caipira!

 

— Critica minha forma de falar, mas não tem vergonha de querer pegar uma prima!

 

— Eu já falei pra parar de me encher o saco com essa merda, eu a amo! Vá se foder você e esse seu falso moralismo!

 

— O que há de falsidade em dizer que é errado primo com prima, hein?!

 

— Você! Você!... Então vem maldição! Se tu se garante! — Se posicionou para o combate mais mortal dos últimos tempos.

 

— Não vai mudar a verdade! Cai dentro arrombado!

 

— Meu Deus... — Disse Zefren, ele observa toda aquela confusão com uma certa distância. Berk por outro lado, parecia bastante deprimido, isso é de fato uma tempestade de emoções.

 

...

 

— E então? Ela não ta envolvida nisso não, né? — Apesar de não ter visto Mira vestida assim, torço para todos os santos me darem forças para me controlar, caso esteja envolvida nisso. Do contrário, creio que irei cometer um crime de ódio.

 

— Er... Não, ela está na cozinha. — Ela ta mentindo, claramente.

 

Bato o punho sobre o balcão. — Mira!

 

E assim, um tumulto estava prestes a se originar nesse estabelecimento, eu estava disposto a enforcar os dois velhos aqui mesmo se necessário.

 

Porém, bem quando pensei que finalmente traria justiça, fui puxado a força para fora do estabelecimento, os responsáveis eram Asgn e os outros.

 

— Quer estender a nossa sentença desgraçado?! Já perdi 1 mês do meu tempo na seita pra ficar brincando de carpinteiro e pedreiro. — Disse Leon.

 

— Foi você o causador de tudo isso, o fato de a Zya ter sido vista por outros... Com aquela roupa curta é culpa sua! — Asgn, não tinha outra coisa pra se preocupar não?

 

— Sim! Que coisa indecente bicho! Você é o culpado mesmo! Deixa os seus pais saberem disso! — Você ta sangrando pelo nariz cara...

 

— Bem... Eu acho que não posso dizer muito... Bom, acho melhor não falar nada. — Não Zefren, você não é ninguém pra falar nada pra mim.

 

— Se eu tivesse que deduzir anteriormente, eu teria apagado esse cara quando saímos da ferraria, será que esse é o momento certo agora? — Oh, Oh, Berk, calma ai.

 

— Ei caralho, vai quebrar meu pescoço!

 

— Não, não vou, isso é um ensino, é um mata leão, pra você aprender na próxima vez.

 

— I-Isso é um estrangulamento porra! S-Socorro...

 

Enquanto eu lutava pela minha vida, a confusão sofreu uma pausa, para meu alivio, graças a minha irmã quem veio até nós.

 

— I-Irmã! Ajuda!

 

Então era verdade, Zya estava com uma roupa curta, então foi por isso que o estrangulamento parou.

 

— D-Deusa! — Afirmou Rhavi, no mesmo instante, Asgn, desesperado, tentava cegar o seu rival do amor, o que gerou ainda mais confusão.

 

Apesar de tudo, minha irmã parecia bastante sombria hoje, o que aconteceu?

 

— I-Irmã? O que aconteceu?! Fizeram algo contigo?! — Ao ouvir o que falei, todos voltaram suas atenções para Zya, Asgn rapidamente se aproximou, no entanto.

 

— Acho que é verdade o que dizem por aí, você é o culpado Red. — Suspira. — Ah meu maninho, eu deveria te quebrar por inteiro.

 

Diferentemente do que havíamos pensado, não era nada grave, pelo menos não pra ela...

 

— N-Não M-Mana! Argh, vai quebrar minhas costas!!!

 

— A velha, a velha maldita me tirou da cozinha para usar de atrativo, e ainda encurtou nossas roupas!!! Isso é culpa sua Red!! Eu te odeio.

 

— ARGHHH!!! — Ela pisava desenfreadamente nas minhas costas enquanto puxava meus braços e pernas.

 

Foram dobras de ossos, estrangulamento, mata leão, concerto de coluna, mas as mordidas eram piores. Rapidamente os outros sentiram pena de mim, talvez eu não merecesse tanto... Bom, isso até eu encarar o rosto de Asgn, a primeira impressão e a posição que ele estava, cabeça baixa e punhos fechados, era como se estivesse arrependido, mas olhando bem agora, vejo claramente um sorriso em seu rosto.

 

— Tive que usar essas roupas por quase 3 semanas!! A-Aqueles pervertidos... Red você vai vestir essa mesma roupa e vai ficar assim até amanhã!!! Do contrário eu não vou mais falar contigo! Nunca mais!!! — Lágrimas escorriam em seu rosto, mas calma, não era somente nela, em mim também.

 

— M-Mira... — Como um último recurso, clamei por Mira, mas ela apenas ignorou minhas súplicas, desviando o olhar, eu estava fadado a desgraça.

 

...

 

— Huhuhuhu — Rindo as escondidas está Zefren, ele pensa que eu não vejo.

 

— Hahahahahaha... Hahahahaha!!! — Como um maníaco da gargalhada, Rhavi era quem mais parecia gostar dessa situação.

 

— Oi gatinha ruiva, chega ai, serve a bebida do macho aqui. — Disse Leon, mal ele sabia que sua vida estava por um fio.

 

— Cadê a bebida mulher? — Berk também ousou cair na brincadeira, brinca demais pra um "sem pai".

 

— Obrigada moça! Você é linda! — Com um sorriso doce, ou pelo menos assim aparentava, Mira também estava gostando disso, era perceptível em seus olhos, demonstrando aos poucos, um sorriso malicioso.

 

Eu tenho que suportar, minha irmã, a sombria, está atrás de mim, a qualquer momento a situação de ontem pode se repetir, devo suportar, para o bem da minha saúde, e também o bem da futura relação com ela.

 

— MOÇA! Não vai me servir? — Um sorriso amável, no entanto diabólico, minha irmã estava se apoiando no que parecia ser uma clava de madeira, obviamente isso era para o meu espinhaço.

 

— Sim senhora. — E assim o último dia desse trabalho infernal de 1 mês encerrou, pensei que ao menos poderia aproveitar essa festa que o velho falou, mas por que logo eu servir e... Vestido com isso?

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