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Chapter 12 - Capítulo 11 – Uma Noite, Um Berço e Um Coração em Silêncio

Era tarde da noite. O silêncio dominava o apartamento de luxo, quebrado apenas pelo som distante da cidade adormecida lá fora. A luz da varanda estava acesa, iluminando suavemente a silhueta de Kang Jihan, que fumava em silêncio, encostado na grade. Seus olhos estavam baixos, os pensamentos dispersos.

Ele pegou o celular, desbloqueou com o rosto e abriu o aplicativo de segurança. No visor, a câmera do quarto dos gêmeos mostrava uma cena inesperada.

Aerin, com um pijama simples e um sorriso doce, estava sentado ao lado do berço. Ele segurava um livrinho infantil, lendo uma história para os meninos. A voz era calma, suave, e mesmo não sendo captada pelo vídeo, o carinho transparecia em cada gesto.

Os gêmeos estavam animados, mesmo com os olhinhos pesados de sono. Um deles balançava as mãozinhas com dificuldade nas palavras:

— I-isso... p-inguim!

O outro abraçava o travesseiro enquanto repetia:

— Hihi... Appa lê!

Kang Jihan tragou o cigarro, mas os olhos não saíam da tela. Algo nele se mexeu por dentro, algo que ele tentou enterrar por anos: calor humano.

Meia hora depois, a imagem mostrou os dois meninos deitados. Mas a câmera do quarto de Aerin revelou algo que fez Kang Jihan arregalar os olhos.

Era quase 3 da manhã quando os gêmeos, com passinhos pequenos e cambaleantes, saíram sorrateiramente do quarto. Um segurava a chupeta e o outro carregava o urso que ganhou no parque. Eles foram direto para o quarto de Aerin, abriram a porta devagar e entraram.

Sem acordá-lo, os dois subiram na cama e se aconchegaram de cada lado. Um deles deitou o rostinho no peito do Aerin, e o outro segurou firme a barra da camisa dele, como se fosse um porto seguro. A chupeta se mexia devagar enquanto ele soltava um leve suspiro.

Kang Jihan soltou o cigarro no cinzeiro e sussurrou pra si mesmo:

— Eles nunca fizeram isso... nem com babás, nem com a avó... Só com ele.

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🌅 Manhã seguinte

O sol entrou devagar pelas janelas. Aerin, ainda sonolento, se mexeu e... sentiu um peso em cima do braço.

— O quê...?

Ele abriu os olhos e viu dois rostinhos angelicais dormindo ao seu lado, um agarrado à camisa e o outro com a chupeta pendurada na boca.

— E-ei... o que vocês tão fazendo aqui? — ele sussurrou, em choque, com o coração derretendo.

Um dos gêmeos abriu os olhos lentamente e sorriu.

— M-Monstro ruim no q-quarto... A-Appa Aerin... f-fica...

O outro deu um beijo babado na bochecha do Aerin e murmurou com dificuldade:

— Aerin... b-brinca... nós... dormir...

Aerin engoliu seco. Era impossível não sorrir.

— Vocês... só me avisem da próxima vez, tá? — disse, acariciando os cabelos deles. — Vamos levantar. Vou fazer café da manhã. Banana e maçã, certo?

Os dois bateram palminhas deitados ainda, felizes com o plano. Aerin os pegou com cuidado no colo, um de cada lado, e foi levando até a cozinha.

No corredor, Kang Jihan apareceu. De braços cruzados, o olhar fixo nos três.

— Eles foram pro seu quarto de novo?

Aerin assentiu, sem jeito.

— Eles... apareceram do nada. Dormiram comigo. Eu juro que não fui eu que chamei...

Kang Jihan suspirou.

— Eu vi tudo pelas câmeras. — Ele olhou para os filhos, depois para Aerin. — Eles só fazem isso com quem eles confiam.

O silêncio ficou no ar por alguns segundos. Até que um dos gêmeos gritou animado:

— M-Maçã!! F-faz s-suquinho!

Kang Jihan deu um leve sorriso de lado.

— Vai lá, Appa Aerin... faz o suquinho.

Aerin ficou em choque com o apelido, mas os gêmeos riram, e naquele momento, ninguém mais queria fugir daquele lar improvisado.

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