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Chapter 5 - Capítulo 5 – O Appa dos Gêmeos

Aerin acordou bem cedinho naquele novo lar temporário que ainda parecia um sonho estranho. Ele bocejou, se espreguiçou e foi direto pra cozinha. Assim que abriu a geladeira, viu um bilhete colado com um ímã de pinguim fofo.

✉️ "Aerin, cuidado com as alergias dos meninos. Nada com amendoim, nozes ou derivados. Eles gostam de banana e maçã pela manhã. Volto à noite. – Jihan."

Aerin sorriu pequeno. A letra era limpa, firme, igual ao dono da empresa – frio, direto… mas um pouco mais cuidadoso do que ele aparentava. Ele começou a preparar o café da manhã, cortando as frutas com calma, arrumando tudo em dois pratinhos coloridos com carinhas de ursinhos.

Pouco depois, ele ouviu passinhos correndo pelo chão. Os dois gêmeos surgiram na porta da cozinha, com os cabelos bagunçados e pijaminhas combinando. Um deles esfregou os olhos e falou, com a voz enroladinha:

— Appa… café da manhã… banana… maçã…

O outro gritou animado:

— Parquinho!! Brincar no parquinho!!!

Aerin riu. Eles mal sabiam falar, mas já tinham agenda cheia. Ele se abaixou na altura dos dois e falou:

— Claro, a gente vai no parquinho, mas só depois de comer tudo, combinado?

Os dois bateram palminhas e sentaram à mesa, devorando o café da manhã como dois filhotinhos famintos. Depois de escovar os dentes e arrumar uma mochila com brinquedos, lencinhos e água, Aerin saiu com os dois gêmeos em direção ao parque.

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🛝 No parque

O sol da manhã batia suave nas folhas das árvores. O parquinho estava vazio, perfeito pra duas crianças explorarem com liberdade. Os gêmeos correram animados, subiram no escorrega, giraram no gira-gira e jogaram bola com Aerin.

Em uma das brincadeiras, um dos meninos correu até Aerin, abraçou sua perna e disse:

— Appa! Olha! Bola!

Aerin congelou. Engoliu em seco e se abaixou.

— Meninos… eu não sou o Appa de vocês… tá bem?

Os dois pararam de sorrir. Um fez biquinho. O outro encheu os olhos de lágrimas e tremia o lábio inferior.

— Aerin Appa… não vai embora… — disse um, com voz engasgada.

— Aerin Appa… ficar! — choramingou o outro.

Aerin suspirou. Aqueles olhinhos brilhantes… como ele ia dizer não?

— Tá bom, tá bom… eu sou o Appa de vocês… mas só se vocês comerem direitinho e me obedecerem, combinado?

Os dois gêmeos sorriram como se tivessem ganhado o mundo.

— Sim! Appa!!! — gritaram juntos, batendo palmas.

— Agora vamos! Já tá quase meio-dia. Hora de voltar e almoçar… depois vocês podem assistir o desenho do pinguim bebê, tá?

A menção ao desenho fez os dois pularem de alegria.

— PINGUIM!!! — gritaram em coro.

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📱 Enquanto isso, no escritório…

Kang Jihan estava em sua sala, digitando no notebook, mas seus olhos iam constantemente para a segunda tela ao lado: a transmissão da câmera do parquinho.

Ele viu os gêmeos rindo com Aerin, rolando na grama, abraçando ele com carinho. Um deles o chamou de "Appa" bem baixinho.

Jihan franziu a testa, encostando-se na cadeira.

— Por que eles confiam tanto nesse cara…? — murmurou.

Ele passou a mão no rosto.

— Eles só se conheceram segunda-feira de manhã…

Por mais que não quisesse admitir, ele sentiu uma pontada esquisita no peito. Uma mistura de alívio… e ciúmes.

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🏡 De volta ao apartamento

Aerin colocou os tênis dos meninos na sapateira, tirou suas próprias sandálias e pegou os dois pela mão.

— Lavar as mãozinhas e depois vamos almoçar, combinado?

— Sim, Appa! — gritaram.

Enquanto eles iam correndo pro banheiro, Aerin sorriu sozinho. Talvez esse contrato maluco não fosse tão ruim assim… talvez, pela primeira vez em muito tempo, ele estivesse criando um laço que valia a pena.

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