Sendo lançados à força junto com os outros quatro contra a parede da cabine, quando o navio começou a passar pela parede.
— Ai — um gemido de dor saiu quando bati a cabeça na parede, e a Tanya e a Kat caíram em cima de mim.
Porra, esses idiotas!
— Ethan, você tá bem? — perguntaram o Adam e o Tommy ao ouvir meu gemido.
— Tirando a parte de quase ser esmagado, tô ótimo. — respondi, enquanto as duas se levantavam e me examinavam.
— Desculpa, a gente agiu por impulso. — se desculparam as duas.
— Percebi. — respondi, colocando a mão na parede quando o navio atravessou e bateu contra a água. Rolando, senti a mão de alguém segurando meu tornozelo, com o canhão de ferro bem na minha frente, a poucos centímetros da minha cabeça.
Olhando, vi o Tommy me segurando.
— Obrigado. Te devo uma. — falei, abaixei a guarda e quase acabei indo de arrasto.
O cheiro do metal enferrujado me fez levantar. Sentindo uma leve dor na parte de trás da cabeça onde tinha batido, sem visão turva ou tontura. Tornozelo, ok, sem nenhum ferimento em outra parte do meu corpo.
— Todos estão bem? — perguntou o Adam, olhando para os outros e para mim.
— Sim. — respondemos ao mesmo tempo.
Esse lado ainda está escuro, achei que estaria claro. Apesar de estar mais claro, é bem diferente de lá atrás, o cheiro da água ainda é o mesmo, não sinto diferença.
— Vamos entrar. Não suporto ficar afastado do grupo. — falou o Tommy, olhando para mim, deixando claro que não era uma sugestão.
Concordei, virado para o lado, ao ouvir som de algo sendo arranhado. Descendo as escadas, sentei no mesmo lugar, sem conseguir entender como eles conseguiam dormir nessa situação.
Passaram-se apenas meia hora, e eles caíram igual uma pedra.
Ouvindo o som novamente, só que mais próximo, como algo se arrastando contra as paredes do navio, as... chaves! Me levantei, passando pelos outros, correndo para acordá-los.
— E-Ethan? — Tanya se levantou junto com os outros, olhando na direção em que saí, percebendo errado.
Subindo as escadas, parei ao ver uns doze alienígenas com corpos humanoides, pretos com listas azuis, sem olhos. Virados na minha direção, um deles levantou a arma de estanho prata e atirou.
Me joguei para o lado; a bala em forma de luz vermelha passou por mim, acertando a parede. Olhando para o lado, encontrei um monstro azul escuro, com nadadeiras nas mãos ao invés de mãos? Tirando as chaves que fizeram o navio parar, ele se virou para mim, abrindo um sorriso maldito.
— Atrasado, Power Ranger, vou destruir vocês. — riu, abrindo a boca e lançando sua língua na minha direção.
Ótimo.
Dando um mortal para trás, acabei na mira dos outros inimigos, seus parceiros.
— Porra! — praguejou Tanya ao ver os inimigos, entrando na posição de batalha, assim como os outros.
— O inimigo pegou as chaves. — informei, apontando para o lado onde estava o alienígena com as chaves.
— Não o deixem escapar, precisamos delas. — mandou Tommy, chutando um dos humanoides.
— Certo. — falaram os outros, fazendo-me olhar para eles indo para cima dos alienígenas.
Vendo um deles vindo na minha direção...
Desviar das aulas de taijutsu veio a servir.
Fechando os punhos, dei um soco na barriga do humanoide. Pisando nas pernas dele, o derrubei e acertei um soco na sua cara.
Girando a mão ao acertá-lo. Porra, essa coisa é de pedra!?
— Belo golpe. — elogiou-me Adam enquanto os alienígenas começavam a nos cercar.
— Valeu.
— Droga, eles são muitos, e três deles estão armados. — Cerrando os dentes, Kat recuou ao derrotar dois deles, mas foi atacada por um com a arma.
— O que vamos fazer? Tommy está lutando contra aquele monstro sozinho... estamos em desvantagem. — Sendo acertada em cheio por um alienígena, Tanya foi arremessada, caindo próximo aos meus pés e dos outros.
— Droga! — xingou Adam, ajudando-a a se levantar, olhando para Tommy, que estava com a língua do alienígena enrolada em seus braços a dois metros do chão, mordendo os lábios enquanto o monstro apertava.
O monstro foi lançado na nossa direção, chocando-se contra os outros.
— Se tivéssemos minha espada e armadura... — levantou-se ele, ignorando a dor e entrando na posição de batalha.
— Vocês iriam apanhar do mesmo jeito. — disse-lhe, percebendo que essa coisa não era tão fácil como parecia. Ele sabia onde estavam as chaves, esperou a gente baixar a guarda e as roubou. — Essa coisa está aqui desde que atravessamos aquela parede.
— Oh, você percebeu?
— Impossível não perceber com esse bafo. Já ouviu falar em pasta de dente?
— Moleque desgraçado! Peguem-no! — irritado, o bafo fedorento ordenou aos humanoides, que olharam para mim, e me viram.
Eu e minha boca grande.
Dando passos para trás, olhei para os inimigos que me cercavam. Enquanto os outros se levantaram e começaram a lutar contra eles, vi três deles se jogando abaixo, fazendo-os cair para fora do navio.
— Esses humanoides realmente não têm cérebro, não é? — perguntei-me, balançando a cabeça, sem acreditar na burrice que acabara de acontecer.
— Tenho uma teoria: na verdade, eles não são uma raça inteligente. — Dando uma cotovelada na nuca de um deles, Adam se colocou na minha frente junto com os outros.
— Hein, baixinho. Você tem uma língua bem afiada. — me elogiou Kat, eu acho, apesar dos seus olhos mostrarem o contrário.
— O que posso fazer? Se aquela coisa ali se machuca fácil? — questionei, ainda pegando leve. Imaginei se falasse dos seus olhos de peixe ou das suas nadadeiras?
Recebendo o olhar dos quatro.
— Se não recuperarmos as chaves, a Divatox vai ressuscitar o Maligore. — Mordendo os lábios, Tommy olhou para o inimigo e para nós.
— Não podemos permitir isso. — respondeu Kat.
Não é como se tivéssemos nada pra lutar. Olhando para os lados sem encontrar nem um mísero pedaço de pau. Coloquei a mão na testa, tem os carros, mas as chances deles funcionarem são zero sem as chaves, o que é ridículo.
S-si... continua dessa maneira, vamos acabar morrendo. Céus, só tenho 14 anos. Deveria ter comido aquele sorvete de chocolate, pedido uma pizza cheia de queijo e Penélope antes de vir pra cá.
Levantando os punhos, deixando esses pensamentos pra lá. Enquanto mais humanoides subiam o navio, a risada ridícula do bafo fedorento... fudeu.
— Kat, proteja o garoto. Adam e Tanya, me deem cobertura. — ordenou o Tommy, partindo pra cima dos inimigos junto com os outros.
— Não se preocupe, Ethan, fique atrás de mim. — Chutando um humanoide no rosto, ela falou.
Como se isso fosse possível. Dando um salto pra trás, desviando de um inimigo, revirei os olhos. Não tinha força o suficiente para enfrentar essas pedras, iguais a eles, sem falar no cansaço que estava me pegando.
Bem... eles também não estão em bons estados. O Tommy, com a mão no abdômen, mesmo tentando disfarçar, era nítido que estava ferido.
Lutando sem proteção e só com as mãos, sem nenhuma arma. Hum... esperar? Armas!? Cada Ranger não tem uma arma?
Levando o punho ao rosto, olhei para os três botões do morfador. Comecei a mexer nele igual um maluco, apertando os botões.
— Ethan... o que tá fazendo? — Se virando para verificar, Kat o vê mexendo no morfador. — Pare. Isso não é um brinquedo, ele só vai funcionar com a chave e... — vendo uma luz azul começar a surgir acima da mão dele, tomando a forma de um arco azul-claro com listas negras, ele a pegou.
— Vamos ver se isso funciona. — Sentindo o leve peso ao pegá-lo, ele se vira para os inimigos. Sem flechas... bem, vamos tentar isso. Puxando a corda lisa, mas resistente, uma flecha em forma de luz azul começa a aparecer.
Ao soltá-la, ela voa e acerta o ombro do bafo fedorento, o pegando de surpresa, fazendo ele e os outros Rangers se virarem.
— Essa é nova. — surpresa, Tanya comentou.
Sem perder tempo, lançou mais uma flecha no monstro, a qual erra e atinge um humanoide.
— Parece que o Alpha esqueceu de informar sobre isso. — comentou Adam, limpando o suor do rosto.
Merda.
Quase sendo acertado por uma bala, a Kat me empurrou.
— V-Valeu. — Vendo o buraco que a bala fez, agradeci, apertando o arco na minha mão e levantando.
A minha mira é horrível.
Respirando fundo, sentindo que tinha corrido uma maratona. Não tem outro jeito, nunca peguei em um arco antes. Puxando novamente a linha, atiro contra os humanoides que estão cercando os outros três. Quase atingi a Tanya, que, graças à sua agilidade, consegue desviar bem a tempo.
— Foi mal... — um sorriso sem graça se forma em meus lábios.